Resumo Pesquisas indicam a disseminação, pelo jornalismo industrial, de estereótipos e visões discriminatórias que tendem a não favorecer políticas de afirmação de direitos dos povos originários no Brasil. Nota-se, no entanto, a escassez de estudos sobre como os povos originários têm explorado as tecnologias para se comunicar e enfrentar tais visões. Este artigo busca contribuir para suprir essa lacuna, ao apresentar os resultados de um estudo sobre o tema, que teve o objetivo de produzir conhecimento científico sobre a presença na rede social Instagram do coletivo de indígenas Mídia Índia, por meio da metodologia de análise da narrativa aplicada sobre 31 postagens selecionadas de 2019 que dialogam com estereótipos e visões pejorativas hegemônicas. Os resultados sugerem que o movimento se diferencia por dialogar de forma criativa com estereótipos, questionando-os de modo a suscitar reflexões e desconstruções.
Abstract Studies show that the dissemination of discriminatory views and stereotypes by commercial media do not go towards defending the rights of native peoples in Brazil. However, there are few studies on how native peoples use technologies to communicate and deal with such discrimination. This article looks to fill this gap by presenting the results of a study on the subject, aimed at producing scientific knowledge about the indigenous network known as Mídia India and their presence on Instagram. We achieved this by conducting a narrative analysis of 31 posts from 2019 in response to stereotypes and hegemonic degrading views. The results suggest that this network differs itself by holding constructive dialogues about stereotypes and questioning them in order to generate serious thought and deconstruct the stereotypes.
Resumen Las investigaciones indican la divulgación, por el periodismo industrial, de estereotipos y visiones discriminatorias que suelen a no favorecer políticas de afirmación de derechos de los pueblos originarios en Brasil. Se observa, sin embargo, la falta de estudios sobre cómo los pueblos originarios han explorado las tecnologías para comunicarse y enfrentar tales visiones. Este artículo busca contribuir para rellenar ese vacío, al presentar los resultados de un estudio sobre el tema, produciendo conocimiento científico sobre la presencia en la red social Instagran del colectivo de indígenas Mídia Índia, por medio de la metodología de análisis de la narrativa aplicada sobre 31 publicaciones de 2019 que dialogan con estereotipos y visiones despectivas hegemónicas. Los resultados indican que el movimiento se diferencia por dialogar de forma creativa con estereotipos, cuestionándolos de modo a promover reflexiones y deconstrucciones.